A ESCOLA COMO ESPAÇO DE REPRODUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS:
Uma breve análise do pensamento sociológico de Bourdieu
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcaj.v7i3.45Palavras-chave:
Habitus, Capital cultural, Educação, Reprodução, Distinção socialResumo
Trata-se de artigo que visa refletir, através da obra de Pierre Bourdieu, como, na sociedade de classes contemporânea, as elites dominantes perpetuam-se no poder e mantém seus privilégios, apoiados na reprodução de sua cultura e ideologia, utilizando-se para isso diferentes domínios, dentre os quais, o campo educacional. No presente trabalho, em uma visão bourdieusiana, buscar-se-á entender conceitos como habitus, capitais cultural/simbólico, econômico e social e distinção. Com o objetivo de compreender a estrutura social e sua ligação com os mecanismos de reprodução das condições de existência das classes dominantes, bem como a manutenção das desigualdades entre os estratos sociais nos campos educacional e cultural, este trabalho foi produzido a partir de revisão de literatura, fundamentado na obra de Pierre Bourdieu. Conforme constatado na obra do referido autor, para se manter no poder e conservar seus interesses e privilégios, os membros das classes dominantes promovem um discurso de igualdade e meritocracia de todos na sociedade, mas, na verdade, o que se observa são condições desiguais de acesso aos capitais econômico e cultural, processo que ocorre silenciosamente dentro das diversas estruturas e instituições sociais, a exemplo do núcleo familiar e das escolas. Assim, conclui-se que a disputa por poder entre as diferentes camadas sociais está envolta por uma ideologia cultural e simbólica, travada nas mais diversas instituições sociais, a exemplo da escola, que acaba tornando-se conservadora e reprodutora da ideologia da classe dominante, por conseguinte, promotora de distinção social, que tanto segrega a sociedade.
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