DA RAZÃO HEGEMÓNICA NO ILUMINISMO AOS NOVOS DESAFIOS DA DEMOCRATIZAÇÃO

Autores

  • Rosa Alfredo Mechiço
  • Lino Francisco Valentim Vahire
  • Arlindo Alberto Matavele

DOI:

https://doi.org/10.52641/cadcajv7i3.53

Palavras-chave:

iluminismo, democracia, consenso, debate, participação

Resumo

O presente artigo pretende mostrar as linhas de força do projecto do iluminismo e os desafios para a construção de democracias alternativas em busca de justiça social, partindo dos conceitos de hegemonia e consenso. Conhecendo os pilares da ilustração, procuramos articular prerrogativas levantadas por Ngoenha e Boaventura, cruzando-os aos diversos posicionamentos de pensadores como Rancière, Gramsci, Lefort, Habermas, entre outros, que apostam pela linha da inovação democrática, com a pretensão de devolver a voz aos sem voz. Num dos seus excertos, Ngoenha avançara o seguinte: só pode haver democracia onde há debate e que nos leve a um consenso. O debate buscando consensos evita conflitos, violência e preserva-nos da guerra. Por seu turno, Boaventura avança o significado de (re)democratizar a democracia, afirmando que isto implica entre vários aspectos: adoptar diferentes formas de participação cidadã, nos processos de planejamento territorial; participação ampliada de actores sociais de diversos tipos em tomadas de decisão, na reivindicação da emancipação social; numa palavra, tirar a democracia do primado hegemónico das elites, para o não hegemónico. Há urgência e necessidade de sermos cada vez mais tolerantes, buscar sempre novos consensos (Ngoenha). O novo constructo democrático, pode ser expresso a partir da base, em família por exemplo: na partilha dos bens adquiridos, quando pai e filho tiverem igual oportunidade de opinar, liberdade no pensar e de participação exaustiva na res familiar.

Referências

ANTUNES, A. et all (2000), Dicionário breve de Filosofia, 4ª ed., Lisboa, Editorial Presença.

CASTORIADIS, Cornelius (1986), As encruzilhadas do labirinto, São Paulo. Paz e Terra.

DAHL, Robert (1998). On Democracy. New Haven: Yale University Press.

GIDDENS, Anthony (2002). O Mundo na era da globalização, Lisboa, Editorial Presença.

GRAMSCI, António (1995). A concepção dialéctica da História, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

_________, Cadernos do Cárcere (2004). vol. 2: Os intelectuais. O princípio educativo. Jornalismo, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

HABERMAS, Jürgen (2002). A inclusão do outro: estudos de teoria política, São Paulo, Edições Loyola.

HOPPE, Hans-Hermann (2014). Democracia O Deus que falhou: a economia e a política da monarquia, da democracia e da ordem natural. Tradução de Marcelo Werlang de Assis. São Paulo; Instituto Ludwig Von Mises Brasil.

LEFORT, Claude (1986). Pensando o político, São Paulo: Paz e Terra, 1986.

NGOENHA, S. Elias (2019). (In)justiça: terceiro grande consenso moçambicano, Maputo, real design.

_______ (2013) Intercultura, alternativa à governação biopolítica? ISOED, Maputo.

RANCIÈRE, Jacques (2014). O ódio à Democracia, São Paulo: Boitempo Editorial.

SANTOS, Boaventura de Sousa (org.) (2002). Democratizar a Democracia: os caminhos da democracia participativa, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.

Downloads

Publicado

2022-11-23

Como Citar

Mechiço, R. A., Vahire, L. F. V., & Matavele, A. A. (2022). DA RAZÃO HEGEMÓNICA NO ILUMINISMO AOS NOVOS DESAFIOS DA DEMOCRATIZAÇÃO. Cadernos Cajuína, 7(3), e227304. https://doi.org/10.52641/cadcajv7i3.53

Edição

Seção

Artigos Interdisciplinares