DA RAZÃO HEGEMÓNICA NO ILUMINISMO AOS NOVOS DESAFIOS DA DEMOCRATIZAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcaj.v7i3.53Palavras-chave:
iluminismo, democracia, consenso, debate, participaçãoResumo
O presente artigo pretende mostrar as linhas de força do projecto do iluminismo e os desafios para a construção de democracias alternativas em busca de justiça social, partindo dos conceitos de hegemonia e consenso. Conhecendo os pilares da ilustração, procuramos articular prerrogativas levantadas por Ngoenha e Boaventura, cruzando-os aos diversos posicionamentos de pensadores como Rancière, Gramsci, Lefort, Habermas, entre outros, que apostam pela linha da inovação democrática, com a pretensão de devolver a voz aos sem voz. Num dos seus excertos, Ngoenha avançara o seguinte: só pode haver democracia onde há debate e que nos leve a um consenso. O debate buscando consensos evita conflitos, violência e preserva-nos da guerra. Por seu turno, Boaventura avança o significado de (re)democratizar a democracia, afirmando que isto implica entre vários aspectos: adoptar diferentes formas de participação cidadã, nos processos de planejamento territorial; participação ampliada de actores sociais de diversos tipos em tomadas de decisão, na reivindicação da emancipação social; numa palavra, tirar a democracia do primado hegemónico das elites, para o não hegemónico. Há urgência e necessidade de sermos cada vez mais tolerantes, buscar sempre novos consensos (Ngoenha). O novo constructo democrático, pode ser expresso a partir da base, em família por exemplo: na partilha dos bens adquiridos, quando pai e filho tiverem igual oportunidade de opinar, liberdade no pensar e de participação exaustiva na res familiar.
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