Dança Afro-Brasileira em Cena: Expressão e Resistência da Subjetividade do Corpo Negro
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i4.559Palavras-chave:
Corporeidade, cultura, dança, identidade, trançaResumo
Este texto objetiva discutir sobre as subjetividades do corpo negro, considerando suas percepções de corporeidades, suas memórias, noções de espaço e tempo a partir das narrativas das participantes da pesquisa. Metodologicamente trabalhamos com uma perspectiva da trança e com a História oral, tendo esta como ponto chave para a análise das informações acessadas. A trança é entendida como forma de interpretação de experiências performáticas individuais e coletivas, dimensão metafórica, subjetiva e pessoal, por meio da qual, acreditamos, melhor nos aproximarmos do entendimento acerca do fluxo dos sentidos concedidos a estas experiências investigadas. Assim, este trabalho, explora a noção do corpo como uma inscrição no mundo, vinculando tempo, espaço, oralidade e ancestralidade à constituição das representações da corporeidade negra destacando as simbologias associadas ao corpo na cultura negra e nas danças produzidas pelo Grupo Afoxá. Concluímos que o corpo e a dança emergem como cernes da manutenção e preservação da identidade cultural das pessoas negras engajadas com a construção de uma esfera de poder, que não se pretende superior a nenhuma outra, mas sim uma forma equânime de convivência.
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