Capital Natural em Foco: Análise dos Relatórios Corporativos das Empresas Brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i5.641Palavras-chave:
Capital Natural, ESG, Sustentabilidade, Relatório de SustentabilidadeResumo
O capital natural é compreendido pelo valor derivado dos benefícios obtidos a partir da combinação de recursos naturais, o qual sustenta a economia e a sociedade (Daly, 1996; Capitals Coalition, 2016). Considerando a relação entre as companhias e o capital natural, quais termos compõem as informações evidenciadas pelas companhias brasileiras acerca do capital natural, e como esses termos se associam? Para tal, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a forma como as empresas brasileiras evidenciam o capital natural em seus relatórios. Nesse sentido, pretende-se analisar os relatos apresentados pelas 10 empresas brasileiras que apresentam o maior score ESG apresentado pelo Terminal Bloomberg. A metodologia é composta pela análise de conteúdo dos relatos, submetido a uma análise descritiva em conjunto com análises estatísticas textuais. Os resultados revelaram que de forma geral, os termos mais evidenciados pelas companhias ao reportar sobre o capital natural foram em relação as emissões atmosféricas, os recursos hídricos, a preservação e a energia renovável. No entanto, apesar de todos os termos estarem associados ao capital natural, ainda há uma distância ao integrar esses conceitos ao capital, considerando os documentos analisados. Em suma, foram apresentados termos que se associam com o capital natural, mas os achados reforçam há necessidade de padronização quanto à evidenciação das informações acerca do capital natural.
Referências
AGGARWAL, R.; PADHAN, R. Corporate Governance, Corporate Social Responsibility and Firm Performance: A Study of Indian Firms. Journal of Business Ethics, 169(1), 2021. 121-140.
BANDEIRA, L. D. S. Evidenciação de relatórios não financeiros voluntários: por que empresas brasileiras não publicam Relatório de Sustentabilidade ou integrado? Contabilidad y Negocios, 17(33), 2022. 193–216. https://doi.org/10.18800/contabilidad.202201.008
BARBIERI, J. C., VASCONCELLOS, L. H., & ANDREASSI, T. Sustainable development and business strategies: Linking sustainability to financial performance. Business Strategy and the Environment, 28(1), 2019. pp. 18-34.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo, SP: Edições 70, 2016.
BASSEN, A.; KOVACS, A.; STEFANI, U. Environmental, Social and Governance Criteria: Why Investors Are Paying Attention. Journal of Business Ethics, 135(2), 2016. 399-416.
BEN JABEUR, S. Natural capital accounting for sustainability: Bibliometric analysis and explainable artificial intelligence modeling for citation counts. Journal of Cleaner Production, vol. 451, 20 Apr. 2024. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2024.142138
CAPITALS COALITION. Natural Capital Protocol. 2016. Disponível em: https://capitalscoalition.org/capitals-approach/natural-capital-protocol/?fwp_filter_tabs=training_material
CARVALHO, J. DE L.; BRASILEIRO, T. S. A. Transparency as a Tool in Building Efficient Public Institutions: A Bibliometric Study. International Journal of Advanced Engineering Research and Science, 9(1), 2022. pp. 001-007. https://doi.org/10.22161/ijaers.94.1
CHEN, S.; MULDER, M. Environmental Accounting and Natural Capital: Evidence from Global Firms. Journal of Business Ethics, 2020. 162(3), 649-669.
COSTA, L. R., et al. Challenges and Perspectives for the Measurement and Valuation of Natural Capital in Brazil. Sustainability, 12(5), 2020.
CVM. Comissão de Valores Mobiliários. Resolução CVM nº 193, de 20 de Outubro de 2023. Dispõe sobre a elaboração e divulgação do relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. 2023. Disponível em: https://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/resolucoes/resol193.html
D’AMATO, V.; D’ECCLESIA, R.; LEVANTESI, S. Fundamental ratios as predictors of ESG scores: a machine learning approach. Decisions Econ Finan 44, 1087–1110 2021. https://doi.org/10.1007/s10203-021-00364-5
DALY, H. Beyond growth: The economics of sustainable development. Beacon Press, 1996.
ECCLES, R. G.; SERAFEIM, G. The Impact of Corporate Sustainability on Organizational Processes and Performance. Management Science. 60(11), 2014. https://doi.org/10.1287/mnsc.2014.1984
ELKINGTON, J. Towards the sustainable corporation: Win-win-win business strategies for sustainable development. California Management Review, v.36, n.2, 1994. 90-100. https://doi.org/10.2307/41165746
FUENTES, M.; MARTINEZ, C. Natural Capital Measurement and Valuation Practices: Evidence from Chilean Companies. Sustainability, 11(14), 2019. 3891.
FURTADO, L.; PANHOCA, L. How are the variables for the measurement of natural capital being elaborated? Journal Of Environmental Management, v. 262, 2020. 110264. Elsevier BV. http ://dx.doi.org/10.1016/j.jenvman.2020.110264.
KNEZEVIC, B.; MILACIC, V. ; PETKOVIC, G. The Relationship between ESG and Financial Performance: Evidence from EU Companies. Sustainability, 12(12), 2020. 5071.
MARCHAND, P. ; RATINAUD, P. L’analyse de similitude appliqueé aux corpus textueles : les primaires socialistes pour l’election présiden Camargo, B. V., Justo, A. M. tielle française. In Actes des 11eme Journées internationales d’Analyse statistique des Données Textuelles. Liège, Belgique, 2012.
OLIVEIRA, F. A., et al. Percepção das empresas brasileiras em relação ao Capital Natural: um estudo exploratório. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 21(3), 2019. 449-468.
ONU, Organização das Nações Unidas. Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future, 1987. Disponível em: https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/5987our-common-future.pdf. Acesso em: 10 ago. 2024.
PACASSA, F.; MAZZIONI, S.; BAÚ DAL MAGRO, C. Influência de fatores exógenos e endógenos e da evidenciação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no desempenho de companhias abertas. Contabilidad y Negocios, 16(32), 2022. 60–77. https://doi.org/10.18800/contabilidad.202102.004
PEARCE, D.W. Economics, equity, and sustainable development. Futures, 20(6), 598-605, 1988. https://doi.org/10.1016/0016-3287(88)90002-X
PORTER, M. E.; KRAMER, M. R. Creating Shared Value. Harvard Business Review, 89(1/2), 2011. 62-77.
RAMOS, F.; RIBEIRO, I. Natural Capital and Financial Performance in Brazilian Companies. Business Strategy and the Environment, 26(5), 2017. 608-619.
REINERT, M. Alceste, une méthodologie d’analyse des données textuelles et une application: Aurélia de G. de Nerval. Bulletin de Méthodologie Sociologique, (28), 1990. 24-54. https://doi.org/10.1177/07591063900260010
SANTOS, L.; Oliveira, F. Desafios na identificação do capital natural: estudo de caso de empresas brasileiras. Revista de Negócios Sustentáveis, 5(1), 2018. 23-40.
SILVA, M. A., et al. Valorizando o capital natural: o impacto da sustentabilidade empresarial no desempenho financeiro. Revista de Gestão Sustentável, 15(3), 2020. 78-95.
SMITH, A.; JOHNSON, R. O papel do capital natural na sustentabilidade empresarial. Revista de Sustentabilidade Empresarial, 10(2), 45-62, 2019.
SOLARI, E.; SEBASTIÁN, M. P.; MOLLO BRISCO, G. F. Análisis de prácticas sustentables en empresas de La Plata, provincia de Buenos Aires. Contabilidad y Negocios, 18(36), 2023. 115–138. https://doi.org/10.18800/contabilidad.202302.009
TEEB - The Economics of Ecosystems and Biodiversity. The Economics of Ecosystems and Biodiversity: Mainstreaming the Economics of Nature: A synthesis of the approach, conclusions and recommendations of TEEB. Earthscan, 2010.
TONIN, L.; LACERDA, M. R.; BRANDÃO, M. A. G.; NASCIMENTO, J. D. do.; SOUZA, J. F. de.; ROSSO, H.; PRIMO, C. C. Use Of Nvivo 10® Software In Concept Analysis Study. Texto & Contexto - Enfermagem, 32, e20230033, 2023. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2023-0033en
TORRES, A.; ALMEIDA, L. The Relationship between Natural Capital and Financial Performance in Emerging Countries: A Study of Brazilian Companies. Journal of Cleaner Production, 172, 2018. 3480-3492.
TSOUTSOURA, M.; TZABBAR, D.; AHARON, D. Y. Corporate Social Responsibility and Financial Performance: An Empirical Analysis on Greek Companies. Sustainability, 11(14), 2019. 3946.
VAČKÁŘŮ, D.; GRAMMATIKOPOULOU, I. Toward development of ecosystem asset accounts at the national level. Ecosystem health and sustainability, 5(1), 2019. 36-46. https://doi.org/10.1080/20964129.2018.1560233
YU, L., MA, Q.; WANG, S. The Influence of ESG Performance on the Operational Performance of Enterprises: Empirical Evidence from China. Journal of Cleaner Production, 142, 2017. 4257-4267.
WEF, World Economic Forum. The Global Risks Report 2024 Disponível em: https://www.weforum.org/publications/global-risks-report-2024/. Acesso em: 11 set. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 CC-BY-NC-ND
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Informações:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Nenhuma taxa ou contribuição será solicitada aos autores. A revista não cobra nenhum tipo de valor nem a seus autores, nem a seus leitores. Nossa política é de incentivo ao compartilhamento público e livre do conhecimento.