FÃ-ATIVISMO E O ENGAJAMENTO DOS FANDOMS EM EVENTOS DE PROTESTOS
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv8i3.105Palavras-chave:
Estudos de fãs, protestos, fandoms, ativismo de fãResumo
Este artigo busca olhar para os fãs, pessoas apaixonadas por um artista ou produto midiático em comum, a partir do seu engajamento em causas sociais e políticas buscando compreender suas motivações e as ferramentas e possibilidades de mobilização em eventos de protestos oferecidas pelos fandoms, meio onde esses grupos interagem e tecem redes de sociabilidade. O estudo se concentra nas mobilizações de fãs ocorridas após o assassinato de George Floyd em maio de 2020, mas que vão além das questões raciais e do movimento Black Lives Matter (BLM) nos EUA e América Latina. Assumindo a definição de Henry Jenkins para esses grupos enquanto exemplos de cultura participativa e os seus processos criativos dentro da noção de produsage de Axel Bruns, busco, portanto, compreender quais os usos e sentidos que esses grupos de pessoas organizadas em torno de uma paixão comum sem origem política fazem das ferramentas e possibilidades de mobilização que possuem e qual o espaço que ocupam no debate político público ou institucional em um esforço para enriquecer o debate tanto dos estudos de fãs quanto de eventos de protestos e mobilizações políticas.
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