Assédio moral organizacional como tecnologia paradoxal de gestão
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv8i3.146Palavras-chave:
assédio moral no trabalho; assédio organizacional; sofrimento psíquico.Resumo
Neste artigo, abordamos o assédio moral organizacional enquanto uma tecnologia paradoxal de gestão. As inúmeras situações de sofrimento psíquico democraticamente sofrido por gestores e funcionários nas organizações conduzem nossa discussão a uma abordagem diferente quando não reduzimos a causalidade apenas a indivíduos perversos ou psicopatas. Nossa hipótese é a de que parte importante dos casos de sofrimento psíquico no trabalho e de assédio moral são efeitos do assédio organizacional articulado à organização e gestão do trabalho. A partir de levantamento bibliográfico e vivências com servidores de um Tribunal Regional Federal (TRF) do Rio de Janeiro e inspirados por reflexões desenvolvidas principalmente nos campos da sociologia clínica e clínicas do trabalho, queremos defender a premissa de que a criação de políticas de prevenção e tratamento do assédio organizacional pode ser um meio eficaz de combater grande parte dos quadros de transtornos psíquicos e assédio moral no trabalho.
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