REFLEXÕES SOBRE A SOCIOEDUCAÇÃO NO BRASIL
PRIVAÇÃO DA LIBERDADE E SAÚDE MENTAL
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i1.151Palavras-chave:
Saúde mental, Adolescente em Conflito com a Lei, Direito à saúde, InstitucionalizaçãoResumo
Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente estabeleça a atenção integral à saúde à população infantojuvenil, ainda existem lacunas a serem alcançadas em grupos específicos, dentre eles, encontram-se os adolescentes em conflito com a lei, e em cumprimento de medidas socioeducativas, em privação da liberdade. Esta população é marcada, dentre outros agravos, por questões de desordem da saúde mental, desde sintomas leves a transtornos mentais mais complexos. Partindo deste contexto, este trabalho objetivou compreender e discutir de que modo estão sendo atendidas as demandas em saúde mental dos adolescentes que cumprem medida de internação no Brasil. Trata-se de uma pesquisa documental e de revisão integrativa. A discussão pautou-se nos artigos, teses e dissertações selecionados. A literatura apontou lacunas estruturais (superlotação, estabelecimentos precários, dificuldade de articulação da unidade de socioeducação com a Rede de Atenção Psicossocial), levando à descontinuidade do cuidado em saúde mental, além da medicalização como forma de controle. As informações e dados apresentados pelas pesquisas primárias analisadas possibilitaram o entendimento de que a política de atenção à saúde de adolescentes em conflito com a lei encontra-se ainda em construção e com dificuldades em sua implementação, em decorrência de limites objetivos e materiais, mas, sobretudo, de fatores culturais e subjetivos eivados de preconceitos.
Referências
ANDRADE, Renata Candido de; ASSUMPÇÃO JUNIOR, Francisco; TEIXEIRA, Ivan Abdalla; FONSECA, Vilma Aparecida da Silva. Prevalência de transtornos psiquiátricos em jovens infratores na cidade do Rio de Janeiro (RJ, Brasil): estudo de gênero e relação com a gravidade do delito. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, p. 2179-88, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000400017. Acesso em: 06 de set de 2023.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 11 de ago. 2023.
BRASIL. Lei no 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 11 de ago de 2023.
BRASIL. Portaria Interministerial nº 1.426, de 14 de julho de 2004. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória (PNAISARI). Aprova as diretrizes para a implantação e implementação da atenção à saúde dos adolescentes em conflito com a lei, em regime de internação e internação provisória, e dá outras providências. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/pri1426_14_07_2004_rep.html. Acesso em: Acesso em: 11 de ago de 2023.
BRASIL. Lei nº 1.082, de 23 de maio de 2014. Redefine as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória (PNAISARI), incluindo-se o cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto e fechado; e estabelece novos critérios e fluxos para adesão e operacionalização da atenção integral à saúde de adolescentes em situação de privação de liberdade, em unidades de internação, de internação provisória e de semiliberdade. Diário Oficial da União, 2014; 23 maio.
BRASIL. Portaria GM/MS nº 1.082 de 23 de maio de 2014. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória (PNAISARI). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1082_23_05_2014.html. Acesso em: 30 de set de 2023.
BUENO, Allana Marina. Uso de psicotrópicos por crianças e adolescentes institucionalizados nos Centros de Socioeducação (CENSE) do Estado do Paraná. 2020. 62 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal do Paraná. Disponível em: https://www.acervodigital.ufpr.br/handle/1884/71384. Acesso em: 02 de setembro de 2023.
GAMA, Fabiana Lozano. A assistência em saúde mental às adolescentes em privação de liberdade no Estado do Rio de Janeiro. 2017. 83 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24060. Acesso em: 15 de ago de 2023.
JIMENEZ, Luciene; JESUS, Neusa Francisca de; MALVASI, Paulo Artur; SALLA, Fernando. Significados da nova lei do SINASE no sistema socioeducativo. Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade, n. 6, p. 1-18, 2012. Disponível em: https://revista.pgsskroton.com/index.php/adolescencia/article/view/184. Acesso em: 20 de ago de 2023.
MEDEIROS, Alana de Oliveira Rodrigues. A saúde de meninas em cumprimento de medida socioeducativa de internação no Rio de Janeiro. 2020. 121 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46289. Acesso em: 17 de ago de 2023.
OLIVEIRA, Daiane. Coronavírus e Sistema Socioeducativo no Estado do Rio de Janeiro: Como fica a saúde dos adolescentes privados de liberdade? Physis: Revista de Saúde Coletiva. v. 30, n. 3, p. e300311, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300311. Acesso em: 14 de ago de 2023.
PEDRO, Valéria da Rocha. Atenção à saúde dos adolescentes em conflito com a lei privados de liberdade: atenção integral ou desintegrada. 2018. 118 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, 2018. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27001. Acesso em: 06 set. 2023.
RIBEIRO, Débora Stephanie; RIBEIRO, Fernanda Mendes Lages; DESLANDES, Suely Ferreira. Saúde mental de adolescentes internados no sistema socioeducativo: relação entre as equipes das unidades e a rede de saúde mental. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 3, p. e00046617, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00046617. Acesso em: 16 de ago de 2023.
ROCHA, Bianca Ferreira. Saúde mental e sistema socioeducativo: um trabalho tecido por muitos. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AYUG6A. Acesso em: 10 de ago de 2023.
VILARINS, Natália Pereira Gonçalves. Adolescentes com transtorno mental em cumprimento de medida socioeducativa de internação. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 3, p. 891-98, 2014. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csc/v19n3/1413-8123-csc-19-03-00891.pdf. Acesso em: 20 de ago de 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 CC-BY-NC-ND
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Informações:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Nenhuma taxa ou contribuição será solicitada aos autores. A revista não cobra nenhum tipo de valor nem a seus autores, nem a seus leitores. Nossa política é de incentivo ao compartilhamento público e livre do conhecimento.