O OUTRO NA METÁFORA FREIRIANA DA PRONÚNCIA DO MUNDO
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i1.168Palavras-chave:
Paulo Freire, palavra, leitura, pronúncia do mundo, Emmanuel LévinasResumo
Resultante de um estudo teórico da obra Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, o presente ensaio problematiza os conceitos de palavra verdadeira e de leitura do mundo, através de uma interpretação performativa da metáfora da pronúncia do mundo e de uma aproximação com o pensamento de Emmanuel Lévinas. Compreendidos à luz de certa leitura dessa metáfora, esses conceitos formariam em seu pensamento do nó problemático de uma interpretação de pronúncia que, herdeira da filosofia da consciência, vincularia o pronunciar aos problemas de um modo de pensar a transcendentalidade do eu que suprimiria a presença do outro na palavra. Buscamos, então, demonstrar que tais conceitos, fundados no amor, na fé e no diálogo, não poderiam ser pensados somente sob o quadro conceitual da constituição transcendental do mundo pelo sujeito ou dos modos do abrangente, sem considerar a irredutibilidade da expressão ou do rosto do outro.
Referências
AGOSTINI, Nilo. Conscientização e Educação: ação e reflexão que transformam o mundo. Pro-posições, Campinas, v. 29, n. 3, p. 187-206, set./dez. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pp/a/FnhYy5MG7QRL4z4YCc3FnNq/abstract/?lang=pt. Acesso em 1 jun. 2021.
AKKARI, Abdeljalil; MESQUIDA, Peri; PEROZA, Juliano. A contribuição de Paulo Freire à educação na África: uma proposta de descolonização da escola. Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 126, p. 95-110, jan.-mar. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/T8mqQD6vWsxVL5f8N9Pxwrs/?lang=pt. Acesso em 5 jul. 2021.
ALCOFORADO, Paulo. A Latinização da Terminologia Lógica Aristotélica e Estoica. Journal of Ancient Philosophy, São Paulo, v.7, n.2. p. 1-50, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/T8mqQD6vWsxVL5f8N9Pxwrs/?lang=pt. Acesso em 3 jul. 2021.
DERRIDA, Jacques. A melancolia de Abraão. In: EYBEN, Piero; RODRIGUES, Fabricia W (Org.). Cada vez o impossível. Vinhedo: Editora Horizonte, 2015.
DERRIDA, Jacques. Espectros de Marx: o Estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
DERRIDA, Jacques. Margens da filosofia. Campinas: Papirus, 1991.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortês, 1989.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 5ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra Ltda., 1967.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 8ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011a.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. São Paulo: Paz e Terra, 2011b.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2011c.
FREIRE, Paulo; FAUDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985
GADOTTI, Moacir. Los aportes de Paulo Freire a la pedagogía crítica. Revista Educación, v. 26, n. 2, pp. 51-60, 2002.
GIROUX, Henry A. Pedagogia crítica, Paulo Freire e a coragem para ser político. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 14, n. 01, p. 296-306, jan./mar. 2016. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/27356. Acesso em 7 jul. 2021.
GOVENDER, Nathisvaran. Alienation, reification and the banking model of education: Paulo Freire’s critical theory of education. Acta Academica, Bloemfontein, v. 2, n. 52, p. 204-222, dec. 2020. Disponível em: https://journals.ufs.ac.za/index.php/aa/article/view/4230. Acesso em 10 ago. 2021.
GUIRAUD, Pierre. La semantica. México: Fondo de Cultura Económica, 1976.
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. trad.: Fausto Castilho. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.
HIGUCHI, Maria I. G.; LACERDA JÚNIOR, José C. Ler para ser: leitura na perspectiva freireana. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 25, n. 2, p. 102-118, maio-ago 2017. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/8935. Acesso em 10 jun. 2021.
HUSSERL, Edmund. A Crise da Humanidade Europeia e a Filosofia. trad.: Pedro M. S. Alves. Covilhã: Lusosofia, 2008. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/husserl_edmund_crise_da_humanidade_europeia_filosofia.pdf. Acesso em 3 abr. 2021.
HUSSERL, Edmund. Conferências de Paris. trad.: Artur Morão; António Fidalgo. Covilhã: Lusosofia, 1992. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/husserl_conferencias_de_paris.pdf. Acesso em 3 abr. 2021.
JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. 3 ed. São Paulo: Ed. Cultrix, 1965.
SIMÕES JORGE, J. A ideologia de Paulo Freire. São Paulo: Loyola, 1975.
KOHAN, Walter O. Paulo Freire, filosofia e vida. Revista Educação Online, Rio de Janeiro, n. 29, p.90-112, set-dez 2018. Disponível em: http://educacaoonline.edu.puc-rio.br/index.php/eduonline/article/view/520. Acesso em 10 mai. 2021.
KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
LACAN, Jacques. Escritos. São Paulo: Perspectiva, 2014.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemony and socialist strategy: towards a radical democratic politics. 2 ed. London: Verso, 2001.
LEAL, Sandra R. F.; NASCIMENTO, Maria I. M. A importância do ato de ler: aproximações e distanciamentos teórico-metodológicos em Paulo Freire. Pro-Posições, Campinas, v. 30, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pp/a/GTyQPNPxDs5n5m4ZB5nbcdR/abstract/?lang=pt. Acesso em 15 mai. 2021.
LÉVINAS, Emmanuel. Totalidade e infinito. Lisboa: Edições 70, 1980.
LUNA, Esther M. “Jamás deja de ser entendido el orador que pronuncia criollamente”. La disputa por la lengua: la pronuncioción como marca de identidad nacional. Literatura Mexicana, v. XXXI, n. 2, p. 11-31, 2020. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7611272. Acesso em 20 jul. 2021.
NIETZSCHE, F. W. Além do bem e do mal ou prelúdio de uma filosofia do futuro. trad. Márcio Pugliesi. Curitiba: Hemos, 2001.
NUNES, Benedito. O dorso do tigre. São Paulo: Ed. 34, 2009.
ROSSATO, Ricardo. Práxis. In: REDIN, E.; STRECK, D. R.; ZITKOSKI, J. J. (Orgs). Dicionário Paulo Freire. 2. ed., Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.
RUSSELL, B. Vagueness. In: The Collected Papers of Bertrand Russell, vol. 9. London / Boston: Unwin Hyman, 1988.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11 ed. Campinas: Autores Associados, 2011.
TRUBETZKOY, N. S. Principles of phonology. Berkeley: University of California Press, 1971.
WOJCIECH, Andrzej Kulesza; SENA, Fabiana. Aproximações entre a História da Leitura e da Alfabetização. História. Revista da FLUP. Porto, IV Série, v. 6, p. 31-40, 2016. Disponível em: https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/14572.pdf. Acesso em 15 jul. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 CC-BY-NC-ND
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Informações:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Nenhuma taxa ou contribuição será solicitada aos autores. A revista não cobra nenhum tipo de valor nem a seus autores, nem a seus leitores. Nossa política é de incentivo ao compartilhamento público e livre do conhecimento.