O PENSAMENTO NÓSTRICO AÑNU:
DESCOLONIZAR PELO CORPO-SOM
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i1.172Palavras-chave:
Comunidade, Lugar de ver, Descolonização da Língua, Sentipensar, OralituraResumo
No enfrentamento da colonialidade, os povos da Abya Yala têm oferecido caminhos para os diálogos interculturais no âmbito de um pensamento aterrado, comunitário e ético. O pensador Añnu José Ángel Quintero Weir é uma das vozes que reverbera a memória e a vivência ancestral dos povos deste continente, nos convocando para o pensamento nóstrico. Este delineia um “nós” como horizontalidade geo-gráfica que se funda nas línguas dos povos do lago de Maracaibo. O pensamento do autor, que é uma forma de projeção da ancestralidade de seu povo, parte de uma redescoberta (como escavação) das suas línguas originárias, promovendo assim a descolonização do pensamento pela descolonização da língua, entendida como corpo-som. Os aprendizados colhidos desta escavação e vivência voltam-se para a importância do lugar (Eirare), do fazer comunitário e para o horizonte ético de um sentipensar territorialmente significado
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