O PENSAMENTO NÓSTRICO AÑNU:

DESCOLONIZAR PELO CORPO-SOM

Autores

  • Marjana Vedovatto UFF
  • Jamille da Silva Lima-Payayá
  • Eduardo Marandola Jr. Unicamp

DOI:

https://doi.org/10.52641/cadcajv9i1.172

Palavras-chave:

Comunidade, Lugar de ver, Descolonização da Língua, Sentipensar, Oralitura

Resumo

No enfrentamento da colonialidade, os povos da Abya Yala têm oferecido caminhos para os diálogos interculturais no âmbito de um pensamento aterrado, comunitário e ético. O pensador Añnu José Ángel Quintero Weir é uma das vozes que reverbera a memória e a vivência ancestral dos povos deste continente, nos convocando para o pensamento nóstrico. Este delineia um “nós” como horizontalidade geo-gráfica que se funda nas línguas dos povos do lago de Maracaibo. O pensamento do autor, que é uma forma de projeção da ancestralidade de seu povo, parte de uma redescoberta (como escavação) das suas línguas originárias, promovendo assim a descolonização do pensamento pela descolonização da língua, entendida como corpo-som. Os aprendizados colhidos desta escavação e vivência voltam-se para a importância do lugar (Eirare), do fazer comunitário e para o horizonte ético de um sentipensar territorialmente significado

Biografia do Autor

Marjana Vedovatto, UFF

Geógrafa, Mestra em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Professora da Escola Municipal Domingos Soares de Oliveira, Praia Grande (SP).

Jamille da Silva Lima-Payayá

Professora do Departamento de Ciências Humanas (Campus IV) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Eduardo Marandola Jr., Unicamp

Professor da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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Publicado

2024-03-03

Como Citar

Vedovatto, M., Lima-Payayá, J. da S., & Marandola Jr., E. (2024). O PENSAMENTO NÓSTRICO AÑNU:: DESCOLONIZAR PELO CORPO-SOM. Cadernos Cajuína, 9(1), e249108. https://doi.org/10.52641/cadcajv9i1.172

Edição

Seção

Artigos Interdisciplinares