A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES FEMININAS NO JORNAL “O LINGOTE” (1953-1957)
The production of female subjectivities in the Journal “O Lingote” (1953-1957)
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv7i1.270Resumo
RESUMO: O estudo busca analisar a produção de subjetividades femininas em matérias do jornal “O Lingote”, pertencente à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na década de 1950. Foram localizadas e analisadas nove edições referentes aos anos de 1953 e 1955. Ao longo da análise das matérias selecionadas, foi possível identificar que conteúdos eram dirigidos a “mulheres-mães” e a “mulheres-esposas”. Em grande medida, foram observadas normas de gênero que sustentavam a construção do espaço privado e determinada divisão sexual do trabalho, sobretudo as relacionadas aos trabalhos domésticos e de cuidados atribuídos a mulheres, configurando condições de possibilidade na produção de subjetividades femininas.
Palavras-chave: Trabalho doméstico. Trabalho de cuidado. Gênero. Subjetividades femininas.
ABSTRACT: The study seeks to analyze the production of female subjectivities in articles in the newspaper “O Lingote”, belonging to Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), in the 1950s. Nine editions, located in the years 1953 and 1955, were located and analyzed. Selected articles, it was possible to identify what content was addressed to “women-mothers” and “women-wives”. To a large extent, gender norms were observed that supported the construction of the private space and a determined sexual division of labor, mainly related to domestic and care work attributed to women, configuring conditions of possibility in the production of female subjectivities. Keywords: Housework. Care work. Genre. Female subjectivities.
Referências
ALVES, Ismael G. (Re)construindo a maternidade: as políticas públicas materno-infantis brasileiras e suas implicações na região carbonífera catarinense (1920- 1960). 2014. 294 f. Tese (Doutorado) - Curso de História, Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/35264. Acesso em: 01 set. 2019.
BOPPRÉ, Maria R. "O Lingote": Fonte jornalística para a história popular tubaronense. ÁGORA: Arquivologia em debate, Florianópolis, v. 6, n. 12, p. 13-20, set. 2011. Disponível em: https://www.rbfm.org.br/ra/article/view/93. Acesso em: 02 jun. 2020.
BRAUN, Virgina; CLARKE, Victoria. Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, v. 3, n. 2, p. 77-101, 2006. https://doi.org/10.1191/1478088706qp063oa
COSTA, Marli de O. A casa operária na Vila Próspera (Criciúma - 1938/1948). 1996. 43 f. Monografia (Especialização) - Curso de História, Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 1996.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, jan. 2002. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2002000100011/8774. Acesso em: 03 ago. 2020.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013, p. 273-295.
GOULARTI FILHO, Alcides; MORAES, Fabio F. de. Formação, expansão e desmonte parcial do complexo carbonífero catarinense. Revista História & Perspectivas, Uberlândia, v. 1, n. 40, p. 251-267, ago. 2009. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/view/19214. Acesso em: 14 jul. 2020.
GOULARTI FILHO, Alcides; RABELO, Giani. "Compaixão pela messe": Filhas do Divino Zelo e as pedagogias missionárias em ação na vila operária mineração de Içara (SC-Brasil) 1959 a 1968. Educação em Foco, Juiz de Fora, v. 20, n. 3, p. 237-268, fev. 2016. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/edufoco/article/view/19546. Acesso em: 15 jul. 2020.
HIRATA, Helena. Mudanças e permanências nas desigualdades de gênero: divisão sexual do trabalho numa perspectiva comparativa. Análise, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 1-24, 2015. Disponível em: https://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/12133.pdf. Acesso em: 15 jul. 2021.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. A classe operária tem dois sexos. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 2, n. 3, p. 93-100, jan. 1994. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16291. Acesso em: 03 ago. 2020.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho profissional e doméstico: Brasil, França, Japão. In: COSTA, Albertina de O.; SORJ, Bila; BRUSCHINI, Cristina; HIRATA, Helena (Orgs.). Mercado de trabalho e gênero: comparações internacionais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008, p. 263-278.
KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise; DOARÉ, Hélène Le; SENOTIER, Danièle (Orgs.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: Unesp, 2009, p. 67-72.
KERGOAT, Danièle. O cuidado e a imbricação das relações sociais. In: ABREU, Alice R. de P.; HIRATA, Helena; LOMBARDI, Maria R. (Orgs.). Gênero e trabalho no Brasil e na França: perspectivas interseccionais. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 17-26.
O LINGOTE. Tudo para o lar. Volta Redonda, ano 1, n. 1, 25 mar. 1953, p. 8. O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, ano 1, n. 2, 10 abr. 1953, p. 8. O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, ano 1, n. 3, 25 abr. 1953, p. 8. O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, ano 1, n. 4, 10 maio 1953, p. 8. O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, ano 1, n. 5, 25 maio 1953, p. 8. O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, ano 1, n. 6, 10 jun. 1953, p. 8. O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, ano 1, n. 7, 25 jun. 1953, p. 8. O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, 10 mar. 1955, p. 9.
O LINGOTE. Tudo para o Lar. Volta Redonda, 25 nov. 1955, p. 9.
PRADO FILHO, Kleber; MARTINS, Simone. A subjetividade como objeto da(s) psicologia(s). Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 19, n. 3, p. 14-19, dez. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n3/a03v19n3.pdf. Acesso em: 01 jul. 2020.
RABELO, Giani. Entre o hábito e o carvão: pedagogias missionárias no sul de Santa Catarina na segunda metade do século. 2007. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12864. Acesso em: 01 set. 2019.
ROSEMBERG, Fúlvia. Mulheres educadas e a educação das mulheres. In: PINSKY, Carla B.; PEDRO, Joana M. Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013, p. 333- 359.
SAFFIOTI, Heleieth I. B. Rearticulando gênero e classe social. In: COSTA, Albertina de O.; BRUSHINI, Cristina. Uma questão de gênero. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1992, p. 183- 215.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71721/40667. Acesso em: 30 jul. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 CC-BY-NC-ND
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Informações:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Nenhuma taxa ou contribuição será solicitada aos autores. A revista não cobra nenhum tipo de valor nem a seus autores, nem a seus leitores. Nossa política é de incentivo ao compartilhamento público e livre do conhecimento.