Um Debate sobre Corpos Infantis Negros e Escola
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i3.296Palavras-chave:
Infância, corpos, escola, eugenia, racismo, representatividade.Resumo
Esse artigo desdobra o debate pautado na relevância de entender a educação proposta por Paulo Freire, tendo como partida o documentário “Menino 23 Infâncias perdidas no Brasil”, fundamentando como o corpo infantil negro (preto e pardo) cresce condenado a exploração e invisibilidade. É uma pesquisa qualitativa, de cunho documental, que parte da análise do documentário relacionando de modo crítico com a necropolítica dos corpos infantis negros (pretos e pardos). Descortinando e denunciando as negligências perante a sociedade, inclusive no espaço escolar. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo sulear as infâncias negras (pretas e pardas), além de discutir o racismo e a necessidade latente de práticas pedagógicas antirracistas que promovam representatividade no cotidiano escolar. Articulando e reforçando necessidade de romper com o biopoder e a necropolítica e visibilizar no espaço escolar, a história e cultura das infâncias negras (preta e parda), retirando os discursos de ódio e condenação historicamente aplicados e ressaltando a necessidade de perceber a importância que carrega a representatividade no período escolar, momento importante na constituição da identidade dos estudantes, enfatizando a proposta de articular o documentário aos dias atuais, os resultados descrevem que para reverter ou minimizar o racismo nos corpos infantis negros (pretos e pardos) é primordial a implementação/intervenção da pedagogia antirracista no âmbito educacional.
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