O PENSAMENTO DE ANÍBAL QUIJANO E ENRIQUE DUSSEL:
Crítica à Modernidade como aporte decolonial
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv7i2.4Palavras-chave:
Modernidade, Decolonialidade, Aníbal Quijano, Enrique DusselResumo
O presente artigo visa apresentar pontos argumentativos a respeito das teorias críticas à Modernidade em Aníbal Quijano e Enrique Dussel. Para isto, recorremos à pesquisa bibliográfica, na qual seus resultados apontam para uma convergência teórica entre os respectivos pensadores decoloniais. Em ambas as teorias críticas, se constatam elementos indicativos de que a Modernidade surge a partir da conquista da América e com a expansão e mundialização de um modelo padrão de sociedade. Tais resultados são possíveis por meio de relações violentas de poder e saber, na assimetria abissal entre conquistadores e conquistados. Como forma de superação dos processos hegemônicos de poder do projeto modernizador, os autores propõem o reconhecimento dos saberes silenciados, invisibilizados e excluídos, enquanto como possibilidades existenciais na constituição de identidades e subjetividades outras. Nesses movimentos de (re)existência, surgem os pressupostos dos pensamentos decolonial. Enquanto projeto teórico, político, ontológico e epistemológico, a decolonialidade transgride o campo teórico e busca nos saberes subalternizados novas possibilidades de transgressão à racionalidade moderna e suas violências ainda vigentes.
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