Liberdade nos níveis primitivos da vida na filosofia de Hans Jonas
Liberty in the primitive levels of life in the philosophy of Hans Jonas
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv2i1.441Palavras-chave:
Liberdade dialética, Vida, OntologiaResumo
RESUMO: O tema central desse trabalho é a filosofia do organismo de Hans Jonas. Desse modo, o objetivo da presente pesquisa consiste em analisar a liberdade dialética nos organismos que sobrevivem graças à capacidade metabólica, segundo o sistema filosófico jonasiano. A metodologia utilizada foi a analítica sintética em que se percorreu as principais obras de Jonas sobre o tema, sobretudo, sua obra O princípio vida e de comentadores que auxiliaram no desenvolvimento do trabalho. Com o resultado da pesquisa constatamos que a liberdade já pode ser encontrada nos primeiros estágios de vida, mas de modo diferente daquele que se expressa nos seres humanos. Partindo do darwinismo, Jonas compreende que os estágios de liberdade vão se construindo de liberdade inferior à liberdade superior, camada sobre camada, em um sentido de evolução. É nesse sentido que Jonas afirma que o metabolismo é o elemento pelo qual o ser se distingue da mera materialidade sem objetivo, ao mesmo tempo que abre a possibilidade para a existência da subjetividade na matéria, colocando o ser orgânico na polarização entre o si mesmo e o mundo. Para manter seu ser, a vida precisa realizar seu fazer. Aqui é exposto o caráter precário da liberdade, pois na medida em que o orgânico escolhe a vida, ele precisa, necessariamente, o fazer, pois deixar de fazer significa morrer. É pela transcendência, pelo ter o mundo, que a vida orgânica afirma sua liberdade, que nesse contexto, tem predominância sobre a necessidade.
PALAVRAS-CHAVE: Liberdade dialética; Vida; Ontologia.
Referências
COMÍN, Illana Giner. Introducción a la edición española. In HANS, Jonas. Poder o impotência de la subjetividad. Tradução de Illana Giner Comin. Coleção Pensamento Contemporâneo. Barcelona/Buenos Aires/México: Paidós, 2005, p.13-70.
DUARTE, Michelle Bobsin; FILHO, Edgard José Jorge. Hans Jonas: Da crítica à ontologia da morte ao fundamento da ontologia da vida. 2015. 88 f. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: . Acesso em: 28 mar. 2015a
JONAS, Hans. Lecture 1. In: ______. Major Systems of Philosophy. Freiburg: Rombach verlag, 2012a. Disponível em: < http://www.lettere.uniroma1.it/sites/default/files/649/jonas_dottorandi.pdf> Acesso em: 28 mar. 2015a.
______. Matéria, espírito e criação. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2010
______. O princípio vida: fundamentos para uma biologia filosófica. 2. ed. Petrópolis: Vozes,
______. O fardo e a benção da imortalidade. Trad. Wendell Evangelista Soares Lopes. Princípios. Natal, v.16 n. 25 jan-jun, p. 265-281, 2009.
______. Pensar sobre Dios y otros ensayos. Trad. Ângela Ackermann. 3 ed. Barcelona: Heder, b.
______. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006
LINDBERG, Susanna. Hans Jona‟s theory of Life in the face of Responsibility. In: LEMBECK, Karl-Heinz; MERTENS, Karl; ORTH, Ernst Wolfgang (ed.) Phänomenologische Forschungen. [S.l], 2005. Disponível em: .Acesso em: 28 mar. 2016.
LOPES, Wendell. A renovação da teleologia em Hans Jonas: da biologia filosófica aos fundamentos da ética. Princípios. Natal, v. 17, n. 28, p. 47-70, 2010. Disponível em . Acesso em 23 mar. 2016.
MOURA, Sarah. Fundamentos da ética do futuro de Hans Jonas: os princípios vida e responsabilidade. In: CARAVALHO, Marcelo, et al. Filosofia Política Contemporânea: Coleção XVI Encontro ANPOF. São Paulo: ANPOF, 2015.
OLIVEIRA, Jelson. Responsabilidade. In: MORETTO Geovani, OLIVEIRA, Jelson,
SGANZERLA, Anor. Vida, técnica e responsabilidade. São Paulo: Paulus; 2015. p. 15-74
TIBALDEO, Roberto Franzini. The meaning of life. Can Hans Jonas‟ philosophical biology effectively act against reductionism in the contemporary life sciences?. Humaniora. Czasopismo Internetowe, n. 01, p.13-24, 2015. Disponível em: um_1_15_Tibaldeo.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2015
VIANA, Wellistony Carvalho. O monismo integral de Hans Jonas contra o fisicalismo. In: Aurora, v. 26, n. 38, jan-jun p. 391-403, 2014.
______. A filosofia da natureza de Hegel e Jonas. In: CARAVALHO, Marcelo, et al. Filosofia Política Contemporânea: Coleção XVI Encontro ANPOF. São Paulo: ANPOF, 2015.
WEBER, Andreas. Feeling the signs: The origins of meaning in the biological philosophy of Susanne K. Langer and Hans Jonas. Sign Systems Studies, v. 30 n.01, p. 183-200, 2002. Disponível em: Acesso em: 25 jan. 2016.
WOLIN, Richard. Hans lonas: el filósofo de la vida. In ______. Los hijos de Heidegger. Hannah Arendt, Karl Lwith, Hans Jonas y Herbert Marcuse. Trad. María Candor. Madrid: Cátedra, 2003.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 CC-BY-NC-ND
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Informações:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Nenhuma taxa ou contribuição será solicitada aos autores. A revista não cobra nenhum tipo de valor nem a seus autores, nem a seus leitores. Nossa política é de incentivo ao compartilhamento público e livre do conhecimento.