Duas Éticas da Esquerda Hegelina: Da Compaixão em Schopenhauer e da Sensibilidade em Feuerbach
Two ethics of the hegelian left: The compassion in Schopenhauer and the sensitivity in Feuerbach
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcaj.v2i2.82Palavras-chave:
Compaixão, Sensibilidade, Vontade, Amor, ContemporaneidadeResumo
RESUMO: Arthur Schopenhauer (1788-1860) e Ludwig Feuerbach (1804-1872) foram dois filósofos da então conhecida esquerda hegeliana, por produzirem um pensamento profundamente crítico à Hegel. O objetivo deste trabalho é o de desenvolver semelhanças e
divergências entre a ética destes dois pensadores que compartilhavam aversão ao hegelianismo. A metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho foi a dedutiva com técnica
metodológica a análise bibliográfica utilizando as obras de Schopenhauer: O mundo como vontade e como representação, e a de Feuerbach: A essência do cristianismo, bem como alguns de seus
comentadores. A ética em Schopenhauer é a da compaixão, isto é, o sentimento de colocar-se no lugar do outro. Por mais que o pensamento schopenhaueriano ser ateísta, a ética da compaixão
trata-se de uma concepção cristã que para o filósofo de Dantzig, proporciona uma amenização ao sofrimento causado pelo grilhão da Vontade. Já em Feuerbach, não há um escrito estritamente
ligado a ética, o que torna muitas das reflexões e conclusões subjetivas e necessárias de uma ampla interpretação do filósofo. A ética de Feuerbach está intimamente ligada com sua visão materialista de mundo. O homem é um ser dotado de afeto, sentimentos, e tudo que o constitui como ser material, negando qualquer possibilidade de um campo espiritual ou metafísico. Assim,
a ética da sensibilidade é o reconhecimento de que o homem é um ser individual e concreto, onde o marco de seu agir deve ser o amor, possibilitando uma vivência material entre todos.
PALAVRAS-CHAVE: Compaixão, Sensibilidade, Vontade, Amor, Contemporaneidade.
ABSTRACT: Arthur Schopenhauer (1788-1860) and Ludwig Feuerbach (1804-1872) were two philosophers from the then known as left hegelian, for producing a deeply critical thinking of Hegel. The objective of this work is to develop similarities and differences between the ethics of these two thinkers who shared aversion to hegelianism. The methodology used in the development of this work was the deductive with methodological technique the bibliographic analysis using the works of Schopenhauer: The World as Will and Representation, and Feuerbach: The Essence of Christianity, as well as some of his commentators. Ethics in Schopenhauer is compassion, that is, the feeling of putting yourself in the other’s place. Even
counting that Schopenhauer thought is atheistic, ethics of compassion is a christian conception that, for the philosopher of Dantzig, provides an ameliorating of the suffering caused by the
shackle of the Will. In Feuerbach, there is no written strictly on ethics, which makes many reflections and conclusions subjective and necessary of a broad interpretation of the philosopher. The Feuerbach ethics is closely linked with his materialistic worldview. Man is a being endowed with affection, feelings, and all that is to be material, denying any possibility of a spiritual or metaphysical field. Thus, the ethics of sensitibity is the recognition that man is an individual and concrete being, where the guide of its action must be love, enabling a material experience of all.
KEYWORDS: Compassion, Sensibility, Will, Love, Contemporaneity.
Referências
ABREU, Jheovanne Gamaliel Silva de. A autonomia da Vontade e a não liberdade no amor, segundo Arthur Schopenhauer. 2015. 47 f. (Monografia) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras. Cajazeiras, 2015.
______; LIRA, Luédlley Raynner de Souza. O amor nas filosofias de Arthur Schopenhauer e Ludwig Feuerbach. Anais do IV Congresso Internacional Ludwig Feuerbach: antropologia e ética. Fortaleza, v. 1, 2016, p.371-382.
ALBINATI, Ana Selva. Feuerbach: fundamentos para uma ética da sensibilidade. Anais do IV Congresso Internacional Ludwig Feuerbach: antropologia e ética. Fortaleza, v. 1, 2016, p.371-382.
BARBOZA, Jair. Schopenhauer: a decifração do enigma do mundo. São Paulo: Moderna, 1997.
BÍBLIA SAGRADA. Tradução João Ferreira de Almeida. Almeida Revista e Atualizada. 2.ed. Barueri: SBB, 2008.
CACCIOLA, Maria Lúcia Mello e Oliveira. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: Edusp/Fapesp, 1994.
FEUERBACH, Ludwig. A essência do cristianismo. Tradução: José da Silva Brandão. Campinas: Papirus, 1997.
______. A Essência do Cristianismo. Tradução de José da Silva Brandão. 4. ed. Petropólis: Vozes, 2013, p. 343.
______. Princípios da filosofia do futuro. Tradução: Artur Morão. Lisboa: edições 70, 1988.
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Tradução Wilson Veloso. In. O pensamento vivo de Kant. São Paulo: Martins, [s.d.].
MARX, Karl. [Carta]. 11 ago. 1844, Paris para FEUERBACH, Ludwig. Disponível em: Acesso em: 19 mai 2016.
PAMPLONA, Simião Severino; SILVA, Antunes Ferreira da. Arthur Schopenhauer e a relação entre o princípio ético da compaixão e o cristianismo. In. PAVÃO, Aguinaldo (org.). Anais [do] V Congresso Nacional de Filosofia Contemporânea. Londrina: UEL, 2013, p. 303-311.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Tradução Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2005.
______. Sobre a filosofia e seu método. Tradução Flamarion Caldeira Ramos. São Paulo: Hedra, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 CC-BY-NC-ND
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Informações:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Nenhuma taxa ou contribuição será solicitada aos autores. A revista não cobra nenhum tipo de valor nem a seus autores, nem a seus leitores. Nossa política é de incentivo ao compartilhamento público e livre do conhecimento.