Um sonho de Diógenes

Un Songe De Diogènes

Autores

  • José Paulo Maldonado de Souza Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

DOI:

https://doi.org/10.52641/cadcaj.v2i3.160

Palavras-chave:

anarquismo individualista francês, escola cínica, escola cirenaica

Resumo

RESUMO: Han Ryner é o pseudônimo adotado em 1896 por Jacques Élie Henri Ambroise Ner
(Nemour, Algeria, 1861 - Paris, 1938), um dos grandes autores do anarquismo individualista
francês. Pensador prolífico, destaca-se pela colaboração em diversos periódicos, entre eles o L’en
Dehors e L’Únique, do círculo de E. Armand; foi autor de numerosas obras, incluindo romances,
teatros, peças jornalísticas, ensaios, entre os quais o mais conhecido entre nós é o Petit Manuel
Individualiste (1903). Seu pensamento é fortemente inspirado pela antiguidade clássica, incluindo
uma interpretação original de diversos filósofos (sofistas, cirenaicos, cínicos, estoicos) por meio
dos quais remonta, à seu modo, as origens do individualismo moderno. “Anarquista
individualista”, julgava não haver contradição entre o comunismo e o individualismo, mas
harmonia. Sua influência se espalhou para fora da França ainda na primeira metade do século
XX, especialmente no entreguerras, quando obteve repercussão na Espanha e até no Brasil,
defendendo posições pacifistas e a objeção de consciência. No Brasil seu pensamento foi
recepcionado por Maria Lacerda de Moura que publicou Han Ryner e o Amor no Plural (1933). O
texto a seguir é um excerto do livro Les Songes Perdus (1929) – Os Sonhos Perdidos - uma coleção de
“contos oníricos” de diversas personalidades como Sócrates, Platão, Diógenes, Jesus, Judas, Júlio
César, Santo Agostinho, Cervantes, Descartes, entre outros, escritos num estilo, às vezes,
considerado simbolista, fortemente sugestivo, mesclando anedotas históricas e ficcionais; a
textura onírica dos relatos não compromete a plausibilidade, coerência ou fidelidade dos relatos,
mas amplia significativamente as possibilidades de leitura das doutrinas e feitos atribuídos às
diversas personagens. Nesse sentido preciso, são bastante “autênticos” os diálogos entre Aristipo
e Antístenes, Diógenes e Platão, sobre temáticas como o excesso, o requinte, a justa medida, os
prazeres, o presente, a resistência, o matrimônio e a fortuidade.
Palavras-chave: anarquismo individualista francês; escola cínica; escola cirenaica.

Referências

LAÊRTIOS, Diôgenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Tradução do grego, introdução e notas de Mario da Gama Kury. Brasília: Ed. UNB, 1977.

RYNER, Han. "Un Songe de Diogène". In: Songes Perdus. Paris: A. Messein, 1929.

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Publicado

2024-07-13

Como Citar

Souza, J. P. M. de. (2024). Um sonho de Diógenes: Un Songe De Diogènes. Cadernos Cajuína, 2(3), 113–116. https://doi.org/10.52641/cadcaj.v2i3.160

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