Cuidados Paliativos no Ensino Médico: Integrando a Abordagem Humanizada na Formação Médica
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i4.585Palavras-chave:
Cuidados paliativos, educação médica, formação profissional, currículo, ensinoResumo
O ensino dos cuidados paliativos nos cursos de medicina brasileiros é muito incipiente, segundo o que se depreende pela observação das práticas dos profissionais formados, pelo cotidiano das instituições de ensino e conforme os resultados de várias pesquisas realizadas. A falta de uma legislação a respeito e a ausência de políticas públicas que sustentem o desenvolvimento desse campo sempre foram as principais justificativas apresentadas para essa realidade. Nos últimos anos ocorreram avanços legislativos significativos na área, como a inclusão do tema nas Diretrizes Curriculares Nacionais em 2022 e a publicação da Política Nacional de Cuidados Paliativos em 2024. Esses passos foram importantes, mas não suficientes. A partir desse contexto, propõe-se um ensaio reflexivo metodológico para pensar a respeito dos esforços a fim de ampliar o ensino de cuidados paliativos nas universidades, além de apontar os obstáculos enfrentados, como resistências institucionais e a escassez de profissionais capacitados. A partir dessas discussões, o ensaio propõe um conjunto de competências que os estudantes de medicina devem desenvolver durante o curso para estarem aptos a atuar nos níveis básicos e gerais dos Cuidados Paliativos. O desafio é grande e depende de estratégias bem definidas, articulação de planejamento e flexibilidade curricular para que essas mudanças possam ocorrer. Este ensaio visa contribuir para o alinhamento das práticas do ensino médico com as novas disposições legais existentes, sempre com foco na formação de médicos mais bem preparados para lidar com as complexidades do final da vida.
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