Intertextualidade nos Contos de Fadas: Múltiplos Olhares

Resumo

O estudo das  possíveis relações entre os textos pode significar um início de um  percurso  que num contexto mais amplo pode  atribuir ao texto  as inúmeras possibilidades de compreensão e  interpretação. No âmbito da leitura e compreensão dos contos de fadas, alguns aspectos intertextuais   constituem elementos fundamentais para a  aquisição de uma postura mais crítica por parte do leitor. O olhar sobre a forma do texto, a perspectiva discursiva e as inferências  inerentes ao processo da construção dos contos  são, de alguma forma, essenciais para que  a leitura ocorra de fato. O objetivo deste trabalho é analisar as possíveis intertextualidades em alguns contos de fadas, tendo em vista que são  textos com temáticas muito peculiares, mas que mantêm uma coerência na organização temática, sobretudo no que concerne aos elementos norteadores de sentido. Analisamos, inicialmente, alguns contos de fadas tradicionais, comparando-os a versões mais modernas, como: Chapeuzinho Vermelho e Chapeuzinho Amarelo, Branca de Neve   e os Sete Anões; O patinho Feio e O Patinho realmente Feio. Usamos as concepções de texto e intertextualidade de autores como Koch (2011), Costa Val (1999), Antunes (2010) e Cavalcante (2010). O processo de análise mostra que  os contos de fada são textos que  (re)constroem visões diferentes à medida que o leitor se depara com  uma versão passível de interpretação múltipla, isto, porque o leitor na sua posição mais seletiva consegue atribuir um sentido para cada texto. A intertextualidade pode ser representada  por uma postura nova  do leitor e por essa possibilidade de olhar um texto, não com um olhar direcional, mas com a observação de tudo o que está explícito e implícito no universo textual.