Onde Está o Negro? Olhares e Vivências de Pessoas Negras da Administração Pública

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52641/cadcajv9i4.647

Palavras-chave:

Pessoas negras, Administração pública, Cotas Raciais, Racismo

Resumo

Embora representem a maioria da população no Brasil, as pessoas negras têm sido historicamente excluídas dos espaços de poder e privilégio, uma realidade que persiste desde a formação do país. Este estudo tem como objetivo examinar os desafios e percepções de servidores públicos negros no município de Paulistana-PI, buscando entender as barreiras enfrentadas e as estratégias de superação utilizadas por esses profissionais. A pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa, configurando-se como exploratória e descritiva. Foram realizados levantamentos bibliográficos e conduzidas entrevistas aprofundadas com indivíduos negros atuantes na Administração Pública em diversas esferas. Essa metodologia visa captar as experiências e vivências desses servidores, oferecendo uma visão detalhada de suas realidades. O estudo explora preceitos históricos do racismo, conceitua os diferentes tipos de racismo e apresenta dados socioeconômicos para ilustrar como a exclusão e a marginalização afetam a população negra. Além disso, analisa as conquistas alcançadas, como as cotas raciais e a reserva de vagas para negros em concursos públicos, destacando como essas medidas têm contribuído para a inclusão e a equidade. Os resultados obtidos evidenciam que, apesar das conquistas, a população negra continua a enfrentar desvantagens significativas em comparação com a população branca. A pesquisa sublinha a persistência do racismo institucional e estrutural, demonstrando que essas formas de discriminação ainda estão presentes e afetam as vivências e as oportunidades dos servidores públicos negros estudados. A análise conclui que, para promover uma verdadeira equidade, é necessário um esforço contínuo para enfrentar e desmantelar essas barreiras, garantindo que as políticas de inclusão sejam efetivamente implementadas e acompanhadas de medidas que promovam a igualdade de oportunidades.

Biografia do Autor

Yarlen Domingos da Silva, IFPI

Graduado em Administração pelo IFPI, Campus Paulistana. E-mail: [email protected]

Marli Ferreira de Carvalho Damasceno, IFPI/UFPI

Orientadora. Graduada, mestra e doutoranda em Letras pela Universidade Federal do Piauí. E-mail: [email protected]

Referências

ALMEIDA, Sílvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.

Arruda, Dyego de Oliveira, Bulhões, Lucas Mateus Gonçalves e Santos, Caroline Oliveira. A política de cotas raciais em concursos públicos: desafios em face da luta antirracista. Serviço Social & Sociedade [online]. 2022, n. 145, pp. 91-111.

BRASIL. LEI Nº 10.932, DE 10 DE JANEIRO DE 2022. Disponível em:<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D10932.htm>. Acesso em 01 de maio de 2023.

BRAZOROTTO, Cíntia Magno. Políticas afirmativas no CEFET-MG: democratização do acesso? In: Cadernos Cajuína. V. 6, N. 3, 2021.

CARDOSO, Cintia; DIAS, Lucimar Rosa. A investigação acadêmica sobre processos de branquitude na educação infantil: uma reflexão inicial. In: MULLER, Tânia M. P.;CARDOSO, Lourenço. Branquitude: estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. p. 293-309.

DENZIN, N. K; LINCOLN, I. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2018.

FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. 2. ed. São Paulo: Global, 2007.

FREITAS, Camilla. O que é racismo institucional e como podemos combatê-lo? Ecoa UOL, 15 nov. 2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/. Acesso em: 8 mai. 2023.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Record, 2004.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. 2007. Disponível em:. Acesso em: 20 mai. 2023.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. 2010. Disponível em:<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pi/paulistana/pesquisa/23/22107>. Acesso em: 20 mai. 2023.

IBGE. Pretos ou pardos estão mais escolarizados, mas desigualdade em relação aos brancos permanece. Disponível em:<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/25989-pretos-o u-pardos-estao-mais-escolarizados-mas-desigualdade-em-relacao-aos-brancos-per manece>. Acesso em 14 de Maio de 2023.

IPEA. População negra conquista espaço no ensino superior. Disponível em:<https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id= 35896>. Acesso em: 14 de maio. 2023.

MOEHLECKE, Sabrina, (2002). Ação afirmativa: história e debates no Brasil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, Autores Associados e Fundação Carlos Chagas, nº 117, p. 197-217, nov.

MOURA, Maria Rosimére Salviano de e Tamboril, Maria Ivonete Barbosa. “Não é assim de graça!”: Lei de Cotas e o desafio da diferença. Psicologia Escolar e Educacional [online]. 2018, v. 22, n. 3, pp. 593-601.

PINTO, Walber. Violência policial contra negros e racismo institucional pioram com crise no Brasil. CUT, 2022. Disponível em: <https://www.cut.org.br/noticias/violencia- policial-contra-negros-e-racismo-institucional-pioram-com-crise-no-bra-46c5>. Acesso em: 21 maio 2023.

RIBEIRO, Isabelle Lopes Bitarães; FERREIRA, Melissa Drumond; COSTA JÚNIOR, José. RACISMO SEM RACISTAS: ENTENDENDO O RACISMO ESTRUTURAL. In: VIII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO IFMG, 8., 2019, Ribeirão das Neves. Pesquisa bibliográfica. Ribeirão das Neves: Isnn, 2019. p. 01-05.

RICHARDSON, Roberto J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999. 334 p.

SANTANA, Esther. Organizações que determinam os papéis desempenhados por cada indivíduo. Educa + Brasil, 2020. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/sociologia/instituicoes-sociais. Acesso em: 10 maio 2023.

SILVA, Tatiana Dias. Políticas de Igualdade Racial no Brasil: avanços e limites. Jurídico Revista do Ministério Público de Minas Gerais. Minas Gerais, Edição Direitos Humanos, p. 46-52, 2015.

VINUTO, Juliana. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: Um debate em aberto. Unicamp, Campinas, 22 dez. 2014.

VOLPE, A. P. S.; SILVA, T. D. Reserva de vagas para negros na administração pública. Relatório de Pesquisa. Brasília: Ipea, 2016.

WAINER, D. F. Oracy nogueira e o estudo das relações raciais. Revista Habitus, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 100–117, 2013.

Downloads

Publicado

2024-09-22

Como Citar

Silva, Y. D. da, & Damasceno, M. F. de C. (2024). Onde Está o Negro? Olhares e Vivências de Pessoas Negras da Administração Pública. Cadernos Cajuína, 9(4), e249442. https://doi.org/10.52641/cadcajv9i4.647

Edição

Seção

Artigos Interdisciplinares