DESEJO DE BRANCURA, INSURGÊNCIA E CONTROLE DA NARRATIVA:
Fotografia Preta na pesquisa em educação
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv7i2.9Palavras-chave:
Fotografia, Negritude, Desejo de Brancura, Educação das Relações Étnico-RaciaisResumo
O artigo fundamenta o termo Fotografia Preta, definido como método de produção de dados e conteúdo educativo na formação docente. O texto é resultado de uma pesquisa em conclusão no mestrado em Educação, de abordagem qualitativa, que visou promover uma interação dialógica por meio da fotografia, no intuito de debater o desejo de brancura em sociedades colonizadas e racializadas. Inspira-se na categoria denegrir, capaz de associar forma e conteúdo no fazer investigativo. Destaca-se a categoria humanidade, contraposta à experiência do racismo no Brasil, por meio da qual se demarca a perspectiva ética e emancipatória das lutas do movimento negro e das pessoas negras em ações similares. Ampara-se no projeto político e pedagógico oficializado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Conclui-se que a fotografia preta, uma imagem desestabilizadora, pode gerar reflexão acerca da negritude, seja pela afirmação da própria identidade negra, como pela constatação dos abismos que, historicamente erodidos, distanciam-na do desejado e defeituoso mundo branco.
Referências
ACHINTE, Adolfo Albán. Pedagogías de la re-existência: artistas indígenas y afrocolombianos. In: WALSH, Catherine (Org.) Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)viver. Quito-Ecuador: Abya Yala, 2013. p. 443-468.
ACHINTE, Adolpho Albán; ROSERO, José R. Colonialidad de la naturaleza: ¿imposición tecnológica y usurpación epistémica? Interculturalidad, desarrollo y reexistencia. Nómadas, Bogotá, Universidad Central Colombia, v. 45, p. 27-41, out. 2016.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP n. 003/2004 de 10 de março de 2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 maio 2004.
CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Prefácio de Mário de Andrade. Sá da Costa Editora: Lisboa, 1978.
CUTI (Luiz Silva). Quem tem medo da palavra negro? Revista Matriz, Porto Alegre, 1995.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Editora Edufba, 2008.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados; Cortez, 1989.
GOMES, Nina Lino. O movimento negro educador. Saberes construídos na luta por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.
HAN, Byung-Chul. Favor Fechar os Olhos: em busca de outro tempo. Petrópolis: Vozes, 2021.
MENEZES, Magali Mendes; BERGAMASCHI, Maria Aparecida; PEREIRA, Mateus da Silva. Um olhar sobre o olhar indígena e suas escol(h)as. Archivos Analíticos de Políticas Educativas, Tempe, Arizona State University, v. 23, n. 97, 2015.
NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. Terceira edição. São Paulo: Editora Perspectiva; Rio de Janeiro: Ipeafro, 2019.
NOGUEIRA, Isildinha Baptista. Significações do corpo negro. 1998. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
NOGUERA, Renato. Denegrindo a educação: um ensaio filosófico para uma pedagogia da pluriversalidade. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação – RESAFE, Brasília, n. 18, p. 62-73, out. 2012.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2005.
RAMOS, Alberto Guerreiro. Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1995.
WALSH, Catherine (Org.) Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)viver. Quito-Ecuador: Abya Yala, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Cadernos Cajuína
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Informações:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
- Nenhuma taxa ou contribuição será solicitada aos autores. A revista não cobra nenhum tipo de valor nem a seus autores, nem a seus leitores. Nossa política é de incentivo ao compartilhamento público e livre do conhecimento.