O REGIME ESCRAVOCRATA FICCIONALIZADO POR FONTES IBIAPINA:

A representação da escravidão em Tombador

Autores

  • Lueldo Teixeira Bezerra
  • Margareth Torres de Alencar Costa

DOI:

https://doi.org/10.52641/cadcajv8i2.135

Palavras-chave:

Escravidão, História da literatura, Fontes Ibiapina, Tombador

Resumo

Os estudos literários acerca da escravidão piauiense, em sua maioria, têm como objeto de estudo a carta da escrava Esperança Garcia escrita em 1770. Partindo para o campo da narrativa de ficção, tem-se a obra Tombador, de Fontes Ibiapina, cuja narrativa ainda não foi estudada com o intuito de compreender o regime escravocrata piauiense a partir da literatura. Este estudo surge com o intuito de analisar o contexto histórico da referida obra, bem como os meios de sua produção, visando a legitimação da narrativa ficcional na história da literatura piauiense. Assim surge a seguinte questão - Como Tombador narra a escravidão piauiense correspondente ao período posterior à seca de 1845 até o início da década de 1870? Para responder tal questionamento, discute-se neste estudo a relação entre a História e a Literatura enquanto formas de narrativas. Para tanto, apresenta-se aqui alguns pensamentos sobre o texto literário como documento histórico, seguindo o pensamento de Ricoeur (1997), Pesavento (2003), dentre outros autores que discutem essa relação. Em seguida, discute-se sobre questões acerca da escravidão no Piauí no período já mencionado. Após essa análise mais bibliográfica, faz-se um exercício analítico e comparativo entre a obra Tombador e os jornais piauienses que noticiavam o regime escravocrata no Piauí. Por fim, reflete-se acerca da contribuição de Tombador para uma revisão da história da literatura piauiense, de modo a incutir a temática da escravidão no hall das discussões sobre obras de ficção de cunho histórico na literatura piauiense.

Referências

A IMPRENSA. Número 1, 27/06/1865, Periódico Político. Theresina, 1866.

A IMPRENSA. Número 36, 31/03/1866, Periódico Político. Theresina, 1866.

BARROS, Eneas do Rêgo. Nonon: o menino da Lagoa Grande. Teresina: Nova Aliança, 2012.

BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

BRANDÃO, Tanya Maria Pires. O escravo na formação social do Piauí. Teresina: EDUFPI, 1999.

BURKE, Peter. As fronteiras instáveis entre história e ficção. In: AGUIAR, Flávio (Org.). Gêneros de fronteira: cruzamento entre o histórico e o literário. São Paulo: Xamã, 1997. p. 107-114.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certezas e inquietude. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002.

CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

CHAVES, Monsenhor. Obra Completa. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 1988.

IBIAPINA, João Nonon de Moura. Tombador. Teresina: Companhia Editora do Piauí, 1971.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. O Mundo Como Texto: leituras da História e da Literatura. Revista História da Educação, Pelotas, v. 7, n. 14, p. 31-45, jul./set., 2003. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30220. Acesso em: 12 jan. 2023.

PINHEIRO FILHO, Celso. História da Imprensa no Piauí. 3. ed. Teresina: Halley S.A Gráfica e Editora, 1997.

RICOEUR, Paul. Entre o tempo vivido e o tempo universal: o tempo histórico. In: RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Trad. Roberto Leal Ferreira. Campinas: Papirus, 1997. v. 3. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/fronteiraz/article/download/12609/9184. Acesso em: 20 jun. 2023.

Downloads

Publicado

2023-07-14

Como Citar

Bezerra, L. T., & Costa, M. T. de A. (2023). O REGIME ESCRAVOCRATA FICCIONALIZADO POR FONTES IBIAPINA: : A representação da escravidão em Tombador. Cadernos Cajuína, 8(2), e238227. https://doi.org/10.52641/cadcajv8i2.135

Edição

Seção

Artigos Interdisciplinares