A resistência do Rap: Uma Análise Crítica das Músicas de Djonga

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52641/cadcajv9i5.607

Palavras-chave:

Rap, Djonga, Estudos Culturais, Crítica radical

Resumo

O artigo analisa o rap como uma ferramenta de resistência e crítica social no Brasil, focando nas músicas do rapper Djonga. O objetivo consiste em analisar como as composições de Djonga refletem e amplificam as questões de desigualdade social e racismo estrutural. Consideramos o rap brasileiro como um meio de expressão cultural que desafia o status quo, que visa provocar mudanças sociais através da arte. O estudo se baseia nas teorias dos Estudos Culturais, destacando o conceito de pedagogia cultural. Este conceito aborda como representações culturais contribuem para a formação de identidades e visões de mundo, operando além dos limites da educação formal. Defendemos que a cultura, vista através da perspectiva dos Estudos Culturais, não é apenas um produto de alta ou baixa cultura, mas uma forma dinâmica de expressão social e resistência. A pesquisa examina a forma como Djonga utiliza sua arte para promover uma forma de pedagogia que encoraja a insurgência e a transformação social. A partir das análises, são identificados dois direcionamentos argumentativos: (a) crítica radical das contradições de uma estrutura social e (b) destruição do sistema vigente e das verdades estabelecidas. A análise das músicas de Djonga revelam que suas letras, que abordam temas como etnia, desigualdade e outras questões sociais, utilizam uma crítica radical para desafiar as estruturas vigentes e as verdades estabelecidas. A conclusão sugere que a música de Djonga não apenas reflete a realidade das comunidades marginalizadas, mas também desempenha um papel ativo na formação de subjetividades e na promoção de mudanças sociais.

Biografia do Autor

Vinícius Barbosa Cannavô

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com período sanduíche na Universidad de Granada (Espanha) no Instituto de Migraciones. E-mail: [email protected]

 

Adilson Cristiano Habowski

Pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade La Salle. Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI, integrante da Linha de Pesquisa Processos Educativos, Linguagens e Tecnologias.  E-mail:  [email protected]

 

Edmar Galiza

Doutorando Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]

Referências

BATISTA, Alisson Ferreira; MEINERZ, Carla Beatriz. Desejo de brancura, insurgência e controle da narrativa: fotografia preta na pesquisa em educação. Cadernos Cajuína, Teresina, v. 7, n. 2, 2022. DOI: 10.52641/cadcaj.v7i2.566

CAMOZZATO, Viviane Castro. Pedagogias do Presente. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 2, p. 573-593, abr./jun., 2014.

CANNAVÔ, Vinícius Barbosa. Pedagogias do Rap e a narrativa insurgente: uma análise a partir das composições musicais do rapper Djonga. 2021. 170f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.

CERQUEIRA, Daniel et al. Atlas da violência, Rio de Janeiro: Ipea, 2017.

CERQUEIRA, Daniel; MOURA, Rodrigo Leandro. Vidas perdidas e racismo no Brasil. Brasília: Ipea, 2013. (Nota Técnica, n. 10).

COSTA, Marisa Vorraber. Estudos Culturais e educação – um panorama. In: SILVEIRA, Rosa Maria Hessel (Org.). Cultura, poder e educação: um debate sobre estudos culturais em educação. Canoas: ULBRA, 2011, p. 103-116.

CULP, Andrew. Dark Deleuze: pela morte desse mundo. São Paulo: GLAC, 2020.

DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a filosofia. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976.

DJONGA. Corre das notas. In: Heresia. São Paulo: Ceia Ent., 2017a.

DJONGA. Esquimó. In: Heresia. São Paulo: Ceia Ent., 2017b.

DJONGA. Olho de tigre. Single. São Paulo: Pineapple StomrTV, 2017c.

DJONGA. O mundo é nosso part. BK. In: Heresia. São Paulo: Ceia Ent., 2017d.

DJONGA. Junho de 94. In: O menino que queria ser deus. São Paulo: Ceia Ent., 2018a.

DJONGA. UFA part. Sidoka, Sant. In: O menino que queria ser deus. São Paulo: Ceia Ent., 2018b.

DJONGA. Falcão. In: Ladrão. São Paulo: Ceia Ent., 2019a.

DJONGA. Hat trick. In: Ladrão. São Paulo: Ceia Ent., 2019b.

DJONGA. Ladrão. In: Ladrão. São Paulo: Ceia Ent., 2019c.

DJONGA. Gelo part. NGC Borges e FBC (prod. Coyote Beatz). In: Histórias da Minha Área. São Paulo: Ceia Ent., 2020a.

DJONGA. Oto patamá (prod. Coyote Beatz). In: Histórias da minha área. São Paulo: Ceia Ent., 2020b.

DJONGA. O cara de óculos part. Bia Nogueira (prod. Coyote Beatz). In: Histórias da minha área. São Paulo: Ceia Ent., 2020c.

GALLO, Silvio. O Aprender em Múltiplas Dimensões. Perspectivas da Educação Matemática, Campo Grande, v. 10, n. 22, p. 103-114, 10 jun., 2017.

GROSSBERG, Lawrence. El corazón de los Estudios Culturales: contextualidad, construccionismo y complejidad. Tabula Rasa, Bogotá, n. 10, p. 13-48, enero/junio, 2009.

HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, jul./dez., 1997a.

HALL, Stuart. Cultural identity and diáspora. In: WOODWARD, Katryn. Identity and difference. London: Sage/Open University, 1997b.

HALL, Stuart. The work of representation. In.: HALL, Stuart. Representation: Cultural representations and signifyng practices. London: SAGE Publications, 1997c

HOGGART, Richard. The Uses of Literacy: Aspects of Working-Class Life with Special Reference to Publications and Entertainments. London: Chatto and Windus, 1957.

NELSON, Gary; TREICHLER, Paula; GROSSBERG, Lawrence. Estudos Culturais: uma introdução. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 2013, p. 7-37.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2009.

SAMPAIO, Elias de Oliveira. As desigualdades são categóricas e duradouras,estúpidos! set./2020. Portal Geledés. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/as-desigualdades-raciais-sao-categoricas-e-duradouras-estupido/>. Acesso em 05 set. 2024.

SANTOS, Renildo Nascimento; RIGOTTI, Vinícius Ramos; FARIAS, Francisco Ramos de. Negritude e diferença: uma proposta de abordagem teórica. Cadernos Cajuína, Teresina, v. 9, n. 2, 2023. DOI: 10.52641/cadcajv9i2.242

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias de currículo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

SODRÉ, Muniz. “O negro é um cidadão invisível. Quando ele aparece, a violência aparece também. nov./2020. Gênero e Número. Disponível em: <http://www.generonumero.media/o-negro-cidadao-invisivel-violencia/>. Acesso em 05 set. 2024.

SOVIK, Liv. Branquitude e Racialização: qual o lugar da educação?. ago./2019. Portal Geledés. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/branquidade-e-racializacao-qual-e-o-lugar-da-educacao/>. Acesso em 05 set. 2024.

VEIGA-NETO, Alfredo. Dominação, violência, poder e educação escolar em tempos de Império. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (Orgs.). Figuras de Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, p. 13-38.

WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência 2015. Homicídios de Mulheres no Brasil. FLACSO: Brasília, 2015.

Downloads

Publicado

2024-09-16

Como Citar

Cannavô, V. B., Habowski , A. C., & Galiza, E. (2024). A resistência do Rap: Uma Análise Crítica das Músicas de Djonga. Cadernos Cajuína, 9(5), e249518. https://doi.org/10.52641/cadcajv9i5.607

Edição

Seção

Artigos Interdisciplinares