A Transcendência do Ego: Uma Crítica à Concepção Tradicional da relação Eu/Consciência
DOI:
https://doi.org/10.52641/cadcajv9i5.614Palavras-chave:
Intencionalidade, Consciência, Cogito pré-reflexivo, EgoResumo
Com a descoberta do conceito de intencionalidade na fenomenologia de Husserl, surge um novo campo de investigação filosófica que redefine o conceito de consciência para Sartre. Esse desenvolvimento ocorre ao longo das obras que antecedem O Ser e o Nada, com A Transcendência do Ego marcando o ponto de partida desse movimento. A intencionalidade da consciência sugere que esta não é um "lugar" ou "fundo" onde as representações acontecem, mas sim o próprio ato de representar. Nesse sentido, tanto o texto em questão, objeto deste estudo, quanto outras obras filosóficas anteriores à O Ser e o Nada contribuem para o entendimento do conceito de consciência para Sartre, estabelecendo as bases epistemológicas que sustentarão seu pensamento existencialista. A defesa da existência externa do Ego em relação à consciência torna-se crucial para a construção e fundamentação desse conceito, e, por conseguinte, de seu sistema filosófico como um todo. Nesse sentido, por meio de uma leitura crítico-interpretativa de A transcendência do Ego, pretendemos aqui compreender os primeiros movimentos de sua filosofia condição sine qua non, a nosso ver, para uma compreensão mais profunda de seu pensamento.
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